Há 21 anos, o projeto Curumins promove interação entre alunos, professores e os Fulni-ôs, tribo indígena de Pernambuco. Alunos de 10 escolas públicas do Distrito Federal e entorno e 10 escolas particulares irão conhecer um pouco mais sobre a história do Brasil e sua nação também através do documentário Curumins, que será entregue nas escolas. Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC/DF), o projeto Curumim – com o Grupo Walê Fulni-ô – segue as diretrizes da lei que determina o ensino de Cultura Indígena nas escolas.
O objetivo desse encontro, de forte caráter sócio-educativo, que já passou por mil escolas do DF e realizou 2 mil apresentações, é fazer com que a garotada se familiarize com a realidade de um povo que ajudou a formar a base da sociedade brasileira. Desde o ano passado, o programa conta com instrutor para crianças com necessidades especiais. “Teremos um cuidado especial com os alunos portadores de deficiências auditiva e visual. Por isso, disponibilizaremos acompanhantes e linguagem em libras, tudo para proporcionar um melhor contato com os índios”, explica o idealizador do projeto, Pablo Ravi.


Documentário
Uma novidade nesta edição é a entrega de um DVD do documentário inédito Curumins. O curta, com 16 minutos, mostra como vive a tribo Kamayura no Mato Grosso, com aproximadamente 500 índios, que vivem da pesca, caça e do que plantam. E a tribo Fulni-ô, em Pernambuco, que situa-se no município de Águas Belas, onde os índios sobrevivem de artesanatos e de diversos serviços feitos na cidade e na própria aldeia. O intuito é que toda criança tenha acesso ao documentário e passe a entender um pouco mais como vivem as crianças (curumins) nas tribos indígenas.
“Queremos que os alunos saiam um pouco dos livros e vivenciem esse contato direto com os índios, quebrando preconceitos e estereótipos, levando cultura para as escolas, ouvindo suas histórias e aprendendo um pouco da cultura indígena”, diz o também arte-educador Pablo Ravi “Esse projeto é para que todos possam ter conhecimento de suas raízes, entender um pouco mais sobre a história do Brasil e também servir de exemplo para nossas crianças e professores. Um ganho coletivo para as crianças que aprendem mais e para os índios, que podem divulgar sua cultura e vender seus artesanatos, ajudando também financeiramente grande parte da aldeia”, explica.
Com experiência profissional junto à FUNAI – entidade nacional responsável pelos interesses indígenas – Ravi e o arte-educador Daniel Santos fazem um primeiro contato junto às escolas promovendo palestras lúdicas, descontraídas e interativas. A ideia é despertar o senso crítico e trazer novas reflexões sobre a comunidade indígena brasileira.
A segunda etapa é ainda mais divertida, com apresentações de danças, canções e rituais Fulni-ô para alunos, professores e funcionários das escolas, fazendo que todo mundo, literalmente, entre na roda. Brincando, se divertido e interagindo, todos aprendem histórias da tribo e um pouco da língua nativa yatê.


Para difundir ainda mais os costumes e as tradições da tribo indígena, uma exposição de artesanato será montada durante a passagem do Grupo Walê Fulni-ô pela escola. Uma lembrança marcante dessa experiência poderá ser adquirida com a compra de brinquedos baratos como arco e flecha, brincos, apitos, chocalhos, flautas e cocas.

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