No último dia 11 de agosto, o artista plástico Franklin Duarte apresentou sua impactante exposição “DO GIZ À TINTA”, na cobertura de seu padrinho em Taguatinga, reunindo um público seleto de 70 convidados. A mostra retrata o início da jornada artística de Franklin, marcada por uma história de superação e resiliência.

A exposição é uma janela para a trajetória de Franklin Duarte, que encontrou na arteterapia um caminho para expressar e enfrentar os desafios de viver com esquizofrenia. Durante períodos de internação para tratar surtos esquizofrênicos, Franklin tinha acesso limitado a ferramentas artísticas, utilizando lápis, giz de cera e folhas em branco como as únicas armas para combater suas lutas internas. Esses primeiros esboços, repletos de emoção, foram o ponto de partida para sua imersão nas artes visuais.

Entre uma internação e outra, Franklin começou a explorar novos materiais e técnicas, transportando seus desenhos mais significativos para telas pintadas com tinta acrílica. A exposição revela esses primeiros passos do artista, cujas obras manifestam uma autenticidade marcante. Apesar de sua técnica ser descrita como arte naïf, a obra de Franklin se distancia dos temas tradicionais, voltando-se para as emoções intensas que ele enfrenta diariamente. Suas telas, predominantemente monocromáticas, diferem da vibrante paleta comum aos artistas naïf, refletindo um percurso artístico único e pessoal.

Franklin Duarte foi internado pela primeira vez em 2017 e diagnosticado com esquizofrenia em 2021. Desde então, a arte tem sido sua companheira e terapia, permitindo que ele externalize sentimentos que muitas vezes são incompreendidos e difíceis de verbalizar devido ao estigma social. Suas pinturas não só documentam sua transformação pessoal, como também oferecem ao público uma visão rara sobre o mundo de alguém que enfrenta desafios psicológicos profundos.

Uma das obras mais marcantes da exposição, “Mímico Social”, originada de um desenho à giz, foi uma das primeiras a ser vendida. Esta peça, dominada pela cor amarela, retrata o impacto do cansaço emocional na saúde mental. Com figuras curvadas e contornos borrados, a obra simboliza a exaustão e o fardo emocional, atuando como um poderoso lembrete sobre a importância da conscientização e prevenção do suicídio.

Entusiasmado com a recepção calorosa de sua primeira exposição pública, Franklin já começou a preparar as obras para sua próxima mostra. “Essa foi a minha primeira exposição ao público, que não contempla apenas a minha família. As críticas estão sendo excelentes e certamente isso está me impulsionando e motivando a apresentar minha arte para mais pessoas,” declarou Franklin. Para essa próxima exposição, o artista planeja expor em um ambiente com maior circulação de pessoas e por um período mais longo, ampliando o acesso de sua arte a um público ainda maior.

A exposição “DO GIZ À TINTA” não apenas apresenta as obras de Franklin Duarte, mas também narra uma história de luta, superação e transformação, oferecendo ao público uma experiência profundamente tocante e reflexiva.

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