Águas Claras inicia uma nova fase em sua Administração Regional. Publicação no Diário Oficial do Distrito Federal, de segunda-feira (7), confirmou a exoneração de Mário Henrique Furtado do cargo de administrador. Quem assume é Gilvando Galdino Fernandes, que até então estava à frente da administração de Vicente Pires. Mário Furtado segue para a Secretaria de Governo, onde dará continuidade a projetos em andamento.
A mudança faz parte de uma reestruturação solicitada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP), aliado do governador Ibaneis Rocha (MDB), e integra uma estratégia de aceleração das entregas previstas para este último ano antes do calendário eleitoral.
Com trajetória iniciada no serviço público ainda nos anos 90, Gilvando Galdino acumula passagens por diversas funções administrativas. Atuou ao lado de figuras históricas da política local, como Benedito Domingos e Joaquim Roriz, ocupou cargos no Detran-DF, foi delegado federal de Agricultura, administrador de Taguatinga e secretário de Planejamento em Águas Lindas de Goiás. Conhece Águas Claras desde sua fundação e já morou na cidade. Tem forte identificação com a região e destaca o desafio de administrar uma cidade verticalizada, com demandas específicas e ritmo urbano acelerado.
Qual será o foco da gestão em Águas Claras a partir de agora?
O momento agora é de execução. O governo tem pouco tempo antes das restrições eleitorais, então tudo o que for entregue precisa ser feito até abril do ano que vem. Por isso, vamos focar nas ações que já estão estruturadas, planejadas e com possibilidade real de sair do papel. Não estamos falando apenas de continuidade, mas de aceleração. A cidade tem demandas acumuladas, e nosso papel é atender o que está pendente e colocar em prática o que foi prometido. A população de Águas Claras é exigente e atenta, e com razão. Queremos que, até o fim deste ciclo, os moradores sintam que a cidade está em transformação, com mais estrutura, mais serviços públicos e melhor qualidade de vida.
Quais obras estão confirmadas para os próximos meses?
Já temos quatro obras importantes confirmadas: uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que já conta com licenciamento e pareceres técnicos; a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Águas Claras; uma creche pública e uma escola de ensino fundamental. Além desses, estamos tratando de mais três projetos que estão em fase de articulação e que, por enquanto, preferimos não divulgar para evitar criar expectativas antes do tempo. A meta é, até o fim de 2025, ter pelo menos sete novos equipamentos públicos em funcionamento ou em construção. São demandas históricas, e muitos moradores esperam há mais de uma década por essas estruturas. Agora estamos com a equipe mobilizada para dar andamento a tudo o que já estava planejado e garantir que não fique só no papel.
Há previsão para construção da sede própria da administração?
Sim. A atual sede é alugada, com custo superior a R$ 100 mil por mês. Isso representa um gasto considerável que poderia estar sendo investido em melhorias para a cidade. Já iniciamos os trâmites para a licitação de um novo prédio, em um terreno da própria administração. A ideia é construir uma estrutura moderna, central, com salas amplas, auditório e condições adequadas para atender a população com dignidade. Muitas vezes precisamos fazer audiências públicas ou reuniões comunitárias e temos que pedir auditórios emprestados. Isso será resolvido com a nova sede. A expectativa é iniciar o processo ainda este ano e, até outubro de 2025, ter a obra em andamento. Isso vai representar mais que economia: vai dar autonomia e estrutura para a administração funcionar como a cidade precisa.
Como lidar com o crescimento populacional e os impactos no trânsito?
Esse é um dos pontos mais críticos da nossa gestão. Águas Claras está prestes a receber 22 novos edifícios residenciais nos próximos dois anos. E isso num espaço que já é limitado e verticalizado. A cidade não comporta mais grandes intervenções viárias horizontais. Por isso, estamos trabalhando em alternativas como a criação de novas saídas e entradas, com construção de viadutos nas extremidades. Já conseguimos abrir uma nova rota e, agora, o foco é garantir mais duas ou três. Isso vai ajudar a desafogar pontos de retenção e melhorar o fluxo geral. A proposta é que essas intervenções comecem ainda nesta gestão e deixem uma base sólida para as próximas.
Temos que mudar a lógica da mobilidade. A cultura do carro próprio ainda predomina no DF, mas isso precisa mudar. Águas Claras é uma cidade que tem vocação para o uso de transporte público, mas é preciso oferecer condições. O Zebrinha, por exemplo, é um modelo que deu certo. Um transporte circular, rápido, dentro da própria cidade, que é muito usado pelos moradores justamente por ser eficiente. Queremos fortalecer iniciativas como essa. Precisamos estimular o uso do transporte coletivo como uma escolha viável e segura.
Que melhorias estão previstas para o espaço urbano da cidade?
Já demos início ao recapeamento de 12 km de vias no primeiro semestre. A meta é repetir esse número no segundo semestre, totalizando 24 km de vias recuperadas até o fim do ano. Também estamos fazendo o levantamento para revitalizar três praças ainda neste semestre. E temos um trabalho de construção e reconstrução de calçadas, principalmente para conectar melhor as quadras e melhorar a acessibilidade. Isso é essencial para uma cidade densa como Águas Claras, onde muitos se deslocam a pé. Além disso, vamos lançar o programa “Administração nas Ruas”, com nossa equipe visitando os bairros, ouvindo os moradores e ajustando as ações às necessidades reais da população. Uma cidade só é bem cuidada quando ouve quem vive nela.
A cidade pode ganhar uma nova delegacia?
Essa questão precisa ser tratada com cuidado. Já temos aqui um batalhão da Polícia Militar bem estruturado. Em termos de Polícia Civil, a delegacia mais próxima é a do Areal. A construção de uma nova delegacia exige planejamento, orçamento, equipe, e avaliação real da demanda. Não é apenas uma questão de estrutura física. Segurança pública envolve presença, patrulhamento, tecnologia e inteligência. Nossa visão é que, com os recursos certos e a integração das forças de segurança, podemos oferecer mais proteção sem necessariamente criar novas estruturas. Mas o tema está em análise e será debatido com a Secretaria de Segurança Pública.
Como a população será informada sobre as ações da administração?
A comunicação com a população será uma prioridade. Águas Claras é uma cidade mediática, atenta e conectada. Tudo o que acontece aqui repercute. Precisamos estar presentes, prestar contas, mostrar o que está sendo feito e manter os moradores informados. Vamos fortalecer os canais oficiais e também utilizar os meios locais de comunicação, que têm papel fundamental nesse diálogo com a comunidade. A transparência e a escuta ativa vão ser marcas do nosso trabalho.
O que o morador pode esperar da administração nos próximos meses?
Acima de tudo, comprometimento. Peço uma volta de confiança e também paciência. Sei que há moradores esperando há mais de 10, 15, até 20 anos por equipamentos e melhorias. Mas agora temos estrutura, planejamento e apoio político para fazer acontecer. Vamos trabalhar com seriedade, com presença, ouvindo, dialogando e entregando. Queremos que cada morador sinta que a cidade está em boas mãos. Águas Claras é uma cidade jovem, viva e cheia de potencial. Nosso trabalho é fazer com que ela continue crescendo com qualidade e mantendo o orgulho de quem escolheu viver aqui.
A orientação é clara: renovar o que precisa ser renovado, dar agilidade ao que estava parado e aproximar o poder público da população. Para isso, a administração promete presença ativa, escuta constante e foco em ações que impactem diretamente o dia a dia dos moradores.