Basta transitar por uma das principais vias do Areal, seja de carro ou a pé, que dá para perceber que os problemas são gerais. O percurso começa na ADE (Área de Desenvolvimento Econômico de Águas Claras), passando pela QS 11, ABO (Associação Brasileira de Odontologia) e chegando à Caesb. Faltam faixas de pedestres, a iluminação pública está mal posicionada, um gargalo em uma rua de muito movimento complica o tráfego nos horários de pico e até um poste de eletricidade está instalado em local incorreto.
Faixas inexistentes
A faixa de pedestre, que é uma honra para os brasilienses por ter sido criada aqui, respeitada pela população de forma geral e muito útil para quem transita a pé e precisa atravessar uma avenida movimentada com segurança, no Areal ela está em falta. Entre a QS 6 e a QS 11, uma via de bastante movimento e por onde transitam muitos alunos e moradores em geral, eles se arriscam entre os carros, pois faixa de pedestre nas proximidades não existe.
Eli Ricardo Vitorino é dono de uma mecânica na QS 11 e mora na região há 20 anos e denuncia a falta de atenção dos órgãos competentes pelas obras no sistema viário. “Em 2007, no governo Arruda, começaram as obras nesse trecho para melhorar o fluxo do trânsito e também para ser mais seguro. Eles queriam construir uma ilha de segurança no meio da rua, entre os dois sentidos para o pedestre aguardar com segurança até atravessar para o outro lado”, conta.
Na época, Eli cedeu um pedaço do seu terreno para o governo expandir a rua, e assim dar um espaço de 50 cm, que seria a largura da ilha. “Além da ilha de segurança, no projeto original teria uma faixa de pedestre que há 10 anos atrás já era uma necessidade, hoje então nem se fala, aumentou muito o número de moradores na região, as crianças que estudam na QS 6 e moram na 11 só tem esse caminho para fazer, e é aqui se arriscando entre os carros que elas passam todos os dias”, completa o mecânico. Feitas algumas poucas melhorias, a empreiteira encerrou as obras, não construiu a ilha, nem fizeram a faixa de pedestre, e ninguém apareceu para dar satisfação do que ficou faltando. Próximo desse mesmo trecho era para ter sido construída uma rotatória, mas só foi feita uma pintura no chão.
Poste no meio da rua
Outro problema apontado pelos moradores é o polêmico poste da CEB na esquina da QS 6, no começo da avenida Brasil. Ele está posicionado em local errado e prejudica toda a fluidez da via, a rua segue toda em duas faixas, quando chega próximo a rotatória, devido a posição incorreta do poste de energia uma das faixas acaba, a rua afunila e todos os carros e ônibus precisam se espremer na única faixa.
Os moradores acionaram a companhia, mas outro problema precede a este. O ponto comercial situado na mesma esquina invadiu alguns metros da calçada para onde o poste poderia ser transferido e enfim a segunda faixa da via ser construída. “A CEB sempre diz que vai arrumar, mas nunca veio. Recentemente passaram um cabeamento de alta tensão nesse poste, agora eu acho que vai ser mais difícil ainda de trocar ele de lugar”, lamenta Eli Ricardo.
Escuridão
Ainda em uma das principais avenidas do bairro, a Brasil, as praças espaçosas chamam a atenção – parquinho para as crianças, academia da terceira idade, jardim, mas uma falta de planejamento entristece os moradores das redondezas e os coloca a mercê da violência. Os postes de energia foram instalados somente no canteiro central da avenida, que é bastante larga, deixando as calçadas e o comércio no escuro.
A dona de casa Ana Guimarães se mudou para o Areal há pouco tempo e conta que toda noite aguarda apreensiva a filha voltar da faculdade. “Nunca aconteceu nada de ruim com ela, mas eu fico naquela angústia e ela também tem medo, quando desce do ônibus na avenida, o caminho até em casa tem umas partes bem escuras”, diz a dona de casa. Os problemas dos moradores do Areal se arrastam por décadas, entra governo e sai governo e nada é feito. Nenhuma resposta definitiva é dada para a população que necessita das melhorias para transitar com mais segurança e fluidez.