Marcelo Marques é um empresário de 47 anos, que escolheu Águas Claras para viver há 11. Porém, mais que apenas morar na cidade, Marcelo é um aguerrido defensor da cidade. É ele quem dá voz às demandas dos moradores da cidade, seja nas redes sociais, seja nas reportagens em TVs e jornais de todo o Distrito Federal. Como Diretor de Comunicação da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras, Marcelo assumiu o papel de porta-voz dos moradores. Sempre que preciso, é ele que está denunciando as calçadas malfeitas, reclamando das mudanças no trânsito, cobrando dos governantes, buscando as soluções prometidas e propondo ideias para melhorar a cidade onde vive.
“Tenho um carinho muito grande por esta cidade, a vi crescer e cresci junto com ela. Quando Águas Claras começou a sair do papel me interessei pela cidade, visitei vários empreendimentos e quando ia fechar negócio conheci a região de Arniqueira, o que balançou um pouco, pois vi naquele momento a oportunidade de morar em uma casa. Grande parte da minha vida morei em apartamento e apesar de gostar muito achei que estar seria a hora de ter um pouco mais de liberdade. Resolvi arriscar e acredito que fiz o certo, pois tenho Águas Claras vertical bem ao lado, uma cidade que me oferece tudo do que preciso. E justamente por me oferecer várias possibilidades, tem mais de dois anos que não vou a Brasília para me divertir. Assim Marcelo começa a conversa, exaltando a completude da cidade.
Você tem militado junto ao poder público em favor da população de Águas Claras nos últimos anos. Como começou este trabalho?
O convite para participar da AMAAC me pegou de surpresa, até então eu era apenas mais um membro do grupo. Até que a Anne Israel e Roman Dario Cuatrrim me convidaram para assumir a Diretoria de Comunicação da associação. Achei legal a ideia, pois eu poderia dar um pouco de mim para a construção e a melhoria da cidade. “Bora”, foi a resposta e desde então sou um dos membros da AMAAC. Muitas pessoas ainda acham que a AMAAC é apenas um grupo em uma rede social, mas não é. A AMAAC existe e é registrada. Brigamos sempre por benfeitorias e principalmente pela legalidade dos atos em nossa cidade. Claro, somos criticados, mas não se muda uma situação da noite para o dia. Ainda levaremos muita porrada de algumas pessoas, mas os resultados que apresentamos tem se mostrado acertado.
Quais as formas escolheu para chamar a atenção dos governantes para as demandas da população?
Procuro sempre usar o bom humor para chegar aos resultados que desejo, tanto na minha vida profissional como na pessoal. O mundo anda muito amargurado, cheio de mimimi, ofensas e intolerância. Se eu enveredar por este caminho este caminho vou terminar me contaminando e sendo mais um no exercito da intolerância. Precisamos ser mais leves, olha a vida de uma maneira mais suave e não esquentar muito a cabeça. Tenho como lema uma frase de Chico Xavier que diz “Tudo Passa”. Depois que adotei este lema meu modo de viver e ver as coisas mudou, pois realmente tudo passa! Saibamos aproveitar cada momento.
Já se sentiu solitário exercendo esta função de chamar atenção para os problemas da cidade?
Não, felizmente estou em um grupos onde as pessoas querem fazer algo para mudar, querem algo diferente. Se por acaso não encontro apoio em um determinado grupo eu busco em outro. Busco não por ter havido má vontade das partes, mas sim porque as pessoas felizmente são diferentes e o que não é prioridade para um, é para outro.
É possível dizer hoje que os moradores de Águas Claras então mobilizados? As redes sociais são o principal vetor desta mobilização? Se sim, é possível transformar a mobilização virtual em ações concretas?
Sim, a população é extremamente mobilizada. Não nos contentamos com o que está aí e procuramos sempre formas de aperfeiçoar e racionalizar tudo. Águas Claras é uma cidade conectada e isso sem dúvida facilita o trabalho pelas mudanças. São várias opiniões que enriquecem o debate e que nos fortalecem. Já vi várias mobilizações virtuais ganharem corpo e irem para as ruas. Nós estamos no começo da criação da “Corrente do Bem” e eu me orgulho em dizer que aqui na cidade eu sou um elo desta corrente. Claro não é fácil ser um elo, mas o que importa é que a semente foi lançada e só tende a se fortalecer com o passar do tempo.
Você tem sentido a cidade mudar nos últimos anos?
Eu tenho visto a cidade melhorar nos últimos anos, não só em seu aspecto físico, mas principalmente no aspecto humano. As pessoas aqui estão se tornando mais conscientes, mais preocupadas com tudo que as cercam e estão indo a luta. Começa com um pequeno passo e de repente esta ação já toma corpo e contagia a todos. Esta é a cidade que eu quero e boas ações sempre terão o meu “Bora”.
Quais são os principais problemas de Águas Claras hoje?
Posso elencar como problemas o nosso trânsito, mas este problema só será resolvido se houver mudanças no âmbito do Distrito Federal todo. A mobilidade deixa muito a desejar, não temos calçadas para caminharmos e não temos árvores para fazerem sombra quando caminhamos nas poucas calçadas. Águas Claras sofre também com a falta de escolas públicas e unidades de saúde. Quanto à escola pública uma moradora da cidade se mobilizou e embarquei no barco junto a ela. Já fomos à secretária de educação, oficiamos a administração regional e a própria secretária através da AMAAC e estamos colhendo assinaturas para um abaixo assinado.
O que você gostaria que acontecesse em Águas Claras em um futuro próximo? Quais projetos gostaria de ver realizados?
O que espero para o futuro de Águas Claras? Que ela se torne uma cidade mais e mais consciente de seus direitos, que nós moradores saibamos cobrar com inteligência nossos direitos e que possamos todos trabalhar em conjunto pela melhoria contínua de nossa cidade e que nosso trabalho se torne uma referencia para as demais RA’s para que elas também cresçam. Melhorias na qualidade de vida deve ser um privilégio para todos os cidadãos e se nossas propostas forem replicadas em outras cidades e contribuirem para a melhoria de outras comunidades, será um motivo de orgulho. Mas para que isso aconteça é necessário arregaçar as mangas e ir à luta.