Por Elsânia Estácio
Aos 17 anos, Isadora Cabral, moradora de Águas Claras, teve uma reviravolta inesperada no último ano do ensino médio. O que parecia apenas mais um ano letivo se transformou em uma grande oportunidade: a estudante foi selecionada para participar da Global Peace Summit 2025 (Cúpula Global da Paz), em Sydney, na Austrália. Um evento internacional que reúne jovens líderes para debater temas como direitos humanos, diplomacia e desenvolvimento sustentável.
A descoberta da cúpula aconteceu por meio de sua mãe, que sempre acompanhou programas de intercâmbio e oportunidades internacionais para ajudar a filha a realizar o sonho de conhecer o mundo. “Admito que fiquei um pouco receosa de me inscrever, mas graças a ela eu fiz a inscrição. Além do meu desejo de viajar, o que me motivou foi a ideia de que alguém precisa fazer a diferença. Se todos procurassem uma comunicação não violenta e priorizassem o diálogo, poderíamos alcançar um futuro mais pacífico. E acho que essa mudança começa com a gente. Quando vi essa oportunidade, não pensei duas vezes e me inscrevi”, conta Isadora.
O processo seletivo exigiu uma candidatura detalhada, incluindo três redações em inglês. Nelas, Isadora precisou explicar quem é, por que queria participar da cúpula e como sua presença poderia impactar sua comunidade. “Creio que o fator determinante para minha seleção foi o meu entusiasmo em querer fazer a diferença. Deixei claro que acredito em um futuro mais pacífico, desde que a gente comece cedo a procurar formas não violentas de resolver conflitos. Relatei episódios de violência que vivi por causa do bullying e expliquei como a comunicação pacífica pode transformar diferentes ambientes, da escola à igreja. Acho que minha fé nessa mudança foi um diferencial.”
Viagem longa e intensa
O evento, que ocorre durante todo o mês de junho, reúne jovens de diversas partes do mundo para debater soluções pacíficas e promover o diálogo em um cenário global marcado por conflitos. Isadora embarca no dia 22 e chegará ao destino no dia 23, já que o trajeto leva cerca de um dia e meio. No dia 24, inicia sua participação na cúpula e permanecerá na cidade até o dia 27.
Embora tenha sido selecionada como delegada, ainda não recebeu detalhes sobre sua função no evento. “Infelizmente, não tenho informações concretas sobre meu papel. Só vou saber exatamente como será minha participação depois do dia 15 de maio, quando confirmar minha ida.”
Aprender para transformar
Segundo Isadora, ela não pretende levar um tema específico à cúpula, mas sim trazer conhecimento para sua comunidade. “Quero aprender formas de construir soluções pacíficas, desenvolver uma linguagem de diálogo que não resulte em violência, mas sim na sua erradicação. Pretendo trazer esses aprendizados para o mundo jovem e contribuir para um futuro melhor.”
A experiência de ser selecionada para a cúpula já representa uma grande realização para Isadora. “Pessoalmente, isso é um sonho se tornando realidade. Eu nunca escondi que queria conhecer o mundo. Profissionalmente, pode me abrir muitas portas, principalmente porque quero estudar fora. Participar deste evento pode me ajudar nos processos seletivos das faculdades internacionais.” Ela acredita que essa oportunidade será um divisor de águas em sua trajetória. “Isso pode me ajudar de tantas formas! É um aprendizado gigantesco e um passo importante para o meu futuro.”
Para outros jovens que sonham com oportunidades internacionais, Isadora compartilha um conselho que carrega consigo. “Pode parecer incomum citar um filme musical como Mary Poppins, mas uma frase desse filme me marcou: ‘O impossível é possível’. Eu sempre digo que o impossível pode acontecer. Se você sonha grande, vá atrás, corra atrás disso. Pode ser que essa oportunidade seja para você. E se não for, pode ser a porta para outras que estão esperando.”
O desafio da arrecadação
Para Isadora ser selecionada foi um grande feito, mas garantir a participação no evento se tornou um desafio ainda maior. Como sua seleção foi na modalidade self funded, Isadora precisa arcar com todas as despesas da viagem. “Isso significa que eu e minha mãe teríamos que pagar tudo sozinhas, mas estamos passando por dificuldades financeiras. Foi aí que surgiu a ideia de arrecadar fundos.”
A campanha, segundo ela, tem sido intensa e imprevisível. “Um dia você é uma jovem normal, sem grandes expectativas. No outro, está respondendo perguntas para um jornal e tentando encontrar formas de ir para a Austrália para fazer a diferença. Tem sido uma loucura, uma aventura, mas está dando certo. Espero que continue assim para que eu consiga ir e trazer o que aprendi.”
De acordo com Isabela, a principal estratégia de arrecadação tem sido a divulgação. “A melhor forma de fazer isso acontecer é compartilhar a minha história. Além das doações, estou buscando outras maneiras de contribuir financeiramente. Mas o que realmente tem ajudado é a divulgação e o apoio das pessoas.”
Para ajudar Isadora a representar o Brasil na Cúpula pela Paz Global, contribuições podem ser feitas via PIX: 088.867.711-18 – Isadora Gonçalves Cabral.