por Francisco Neto

A Biblioteca Pública de Águas Claras, que antes funcionava na Rua Ipê Amarelo, foi remanejada para o Parque Sul e começou a operar no novo espaço em agosto de 2024. O ambiente conta com dois acervos – um geral e outro infantil – além de salas de estudo, sendo que apenas uma delas possui ar-condicionado.
De acordo com Tércio Mendes, gerente de Cultura responsável pela biblioteca, o acesso é totalmente público, sendo necessário apenas um simples cadastro. O acervo inclui livros de literatura, português, matemática, concursos e uma gibiteca. Ao todo, há cerca de 3.500 livros, todos recebidos por meio de doações da comunidade.
Como funciona o empréstimo de livros?
Segundo Roberta Dias, assistente administrativa da biblioteca, os leitores podem pegar emprestado até cinco livros por vez, com um prazo de 15 dias para devolução, podendo renovar caso necessário. Para o cadastro, é necessário apresentar um documento com foto e comprovante de residência, mas não há restrição de localidade – pessoas de outras cidades do Distrito Federal e até de Goiás podem se cadastrar.
A biblioteca não cobra multa por atraso na devolução, mas entra em contato com os leitores quando os livros não são entregues no prazo.
“Nosso acervo é formado por doações, e fazemos uma seleção cuidadosa dos livros que permanecerão aqui. Os que não ficam são redistribuídos para outras bibliotecas, muitas vezes em parceria com a Biblioteca Nacional”, explicou Roberta Dias.


Infraestrutura e desafios
O espaço conta com uma copa equipada com geladeira, micro-ondas e filtro de água, além de banheiros masculino e feminino. No entanto, ainda há desafios a serem superados. Segundo Tércio Mendes, a principal dificuldade foi a adequação da estrutura que já existia no Parque Sul para atender ao formato proposto pela Gerência de Cultura da Administração Regional de Águas Claras.
“Nosso objetivo foi transformar o espaço em um ambiente não só para leitura e estudo, mas também para incentivar atividades culturais, artísticas e literárias. Queremos que a biblioteca seja viva e dinâmica, sempre promovendo eventos que aproximem a comunidade da cultura”, afirmou Tércio Mendes.
Apesar da estrutura oferecida, usuários apontam que há pontos a melhorar, como a qualidade da internet. Talmar Barbosa, analista de sistemas que frequenta a biblioteca, elogiou o espaço, mas destacou a dificuldade de conexão. “A internet pública daqui não é muito boa”, disse.
Já Lucas Gabriel, estudante de Direito, usa o local para estudar, mas ainda não pegou livros emprestados. Ele também mencionou que a localização do banheiro poderia ser melhor planejada.
Outro ponto de atenção, conforme destacou Tércio Mendes, é que não há computadores disponíveis para uso no local, então os estudantes precisam levar seus próprios equipamentos.
Mesmo com dificuldades, a biblioteca tem recebido cada vez mais visitantes. No último fim de semana, foi realizado o evento Carnaval Literário, que teve como foco o resgate do gosto pela leitura, contando um pouco da história do carnaval em versos e prosas, por meio da música. A programação incluiu desfile de fantasias para as crianças, apresentação de grupos de dança e muita animação.
Segundo Tércio Mendes, novos eventos devem ser planejados ao longo do ano por meio do Projeto Biblioteca Viva, que realiza diversas atividades culturais, artísticas e literárias.
A Biblioteca Pública do Parque Sul funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Agradável de dia, escuro demais à noite

O mesmo Parque Sul que abriga a biblioteca de Águas Claras é alvo da reclamação dos moradores por conta da falta de iluminação pública. Segundo os vizinhos, a escuridão facilita a presença de pessoas desconhecidas e pode representar risco para quem deseja utilizar o parque durante a noite. “Fica muito escuro, e isso acaba atraindo algumas pessoas para se esconder ou até dormir por aqui. A gente nunca sabe qual é a intenção de todo mundo, então dá medo”, afirmou Débora Kindaré, que frequenta o local com o filho, Davi Augusto, de 11 anos.
A ausência de luz também prejudica as atividades recreativas das crianças. “Nenhuma luz tá ligada, só naquela rua longe ali. Aqui fica um perigo sem luz, não dá pra brincar”, disse Davi, que costuma jogar bola com o pai. “Às vezes a bola sai e nem dá pra ver onde caiu, aí tenho que ficar procurando no escuro.”
A CEB IPes informou que a responsabilidade pela obra é da empresa Terracap, e que foram solicitados ajustes no projeto de iluminação antes da aprovação e execução da obra. A reportagem tentou contato com a Terracap, mas não obteve resposta.
Em contrapartida, outros parques da região já receberam a iluminação pública necessária. O Parque Ecológico Águas Claras, por exemplo, está passando por melhorias significativas na iluminação elétrica. A pedido do Instituto Brasília Ambiental, gestor das unidades de conservação, a Companhia Energética de Brasília (CEB IPes) iniciou a substituição de luminárias e o reparo da fiação elétrica em diversos pontos da unidade. A troca foi realizada ainda no mês passado, e até o momento já foram instaladas 50 novas luminárias de LED, além da reposição de mais de 300 metros de cabos e da recuperação de dez quadros de comando ao longo do parque.

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