por Francisco Neto

Com mais de uma década de atuação em Águas Claras, a Nova Acrópole tem sido um ponto de referência para quem busca autoconhecimento, desenvolvimento humano e uma vida mais significativa. A instituição, que funciona com base no voluntariado, oferece cursos e atividades culturais para todas as idades, promovendo uma verdadeira transformação pessoal e comunitária.
Desde o início do ano, a sede local é dirigida por Odete Amaral da Silva, que está ligada à escola há 11 anos. A história dela com a filosofia começou como a de muitos alunos: por curiosidade e um desejo antigo de reflexão mais profunda. “Sempre quis estudar filosofia, mas não tive essa oportunidade no colégio ou na faculdade. Quando conheci a Nova Acrópole, vi que era o lugar certo. Me inscrevi e nunca mais parei”, conta.
Para Odete, a filosofia vai além da teoria. “Ela nos ajuda a olhar a vida com mais consciência. Às vezes estamos tão focados em parecer, quando o verdadeiro valor está em ser. Em desenvolver virtudes e valores”, afirma.

Três pilares fundamentais
A Nova Acrópole baseia sua atuação em três pilares: filosofia, cultura e voluntariado. O curso principal, Filosofia para Viver, tem duração de seis meses e é realizado uma vez por semana, à noite. Além disso, a sede abriga o Centro Cultural Apolo, com oficinas que vão desde música e idiomas até tapeçaria, pilates e gestão do tempo.
“O nosso foco é tornar a filosofia algo prático e aplicável. Ela precisa contribuir para o florescimento do ser humano e de uma sociedade mais consciente e justa”, resume Odete.
O voluntariado é a força que move a escola, e todos os envolvidos atuam de forma espontânea. “Ser voluntário aqui é uma via de mão dupla: você ajuda e é ajudado. Aplicamos na prática aquilo que aprendemos em sala de aula. É um processo de crescimento humano”, destaca a diretora.

À frente da Nova Acrópole Águas Claras, Odete Amaral da Silva inspira alunos com sua história e dedicação ao voluntariado e ao desenvolvimento humano.

Adesão e expansão
Atualmente, cerca de 40% dos alunos que iniciam o curso seguem até o final. A intenção é aumentar essa adesão por meio da melhoria contínua das aulas, da estrutura e da forma de transmitir os conteúdos. Os cursos são acessíveis a todos os públicos, com turmas para jovens de 14 a 22 anos e adultos de qualquer idade. A Nova Acrópole está presente em diversas regiões do DF e Entorno, com aproximadamente 14 unidades.
Toda a operação é sustentada pela contribuição mensal dos alunos, entre R$ 100 e R$ 200, dependendo da sede. A escola não recebe apoio governamental, e o prédio é alugado. “Tudo é mantido com muito esforço e comprometimento dos alunos e voluntários”, ressalta Odete.

Histórias que inspiram
Entre os alunos, histórias de superação não faltam. Um dos exemplos é Carlos Celso Gama, que frequenta a escola há 17 anos. Mesmo com deficiência física, participa ativamente de todas as atividades. “Entrei na Nova Acrópole porque sentia um vazio existencial. Aqui descobri que a verdadeira questão é aprender a lidar com o que a vida oferece. Ganhei consciência do meu papel no mundo e da importância das minhas escolhas”, relata.
Carlos conheceu a escola graças a um panfleto entregue por um colega. “Ele disse: ‘isso é a sua cara’. E acertou. Aprendi aqui que a transformação é contínua. Somos obras de arte em construção”, diz.
Ele também valoriza o cuidado da instituição com a acessibilidade. “A escolha do espaço levou isso em consideração. Se não tivesse acessibilidade, a gente daria um jeito. A Nova Acrópole pensa no todo, no interior e no exterior”, afirma.
Além das aulas filosóficas, Carlos participa de oficinas práticas como oratória, gestão do tempo e resolução de conflitos. “Aqui, a filosofia se transforma em ação”, resume.

Eventos e
formação cidadã
A Nova Acrópole também realiza eventos que aproximam a filosofia do cotidiano. Em maio, promoveu a Semana da Mãe Terra com ações ambientais no Parque de Águas Claras. Em junho, acontece a Semana da Arte, e em novembro, a tradicional Semana de Filosofia. Palestras gratuitas e workshops sobre comunicação, autoconhecimento e ética também fazem parte da programação constante.
A formação de jovens é outro pilar importante da atuação da escola. Os cursos para adolescentes abordam valores éticos e convivência harmoniosa. “Queremos formar jovens preparados para construir um futuro com sabedoria e virtude”, explica Odete. Aos interessados, a escola oferece a possibilidade de fazer uma aula experimental. “Muitas vezes, só ao entrar aqui é que a pessoa percebe a diferença. Há uma energia que só se sente estando presente”, convida Odete.
Carlos reforça: “A Nova Acrópole me mostrou que a transformação é possível. Aqui, nos tornamos obras de arte vivas.”