Qual sua avaliação, nestas primeiras semanas de isolamento, da medida de fechamento de boa parte do comércio?

Nesse primeiro momento, o isolamento social, a preocupação com a vida, se fez necessário e o governador Ibaneis tomou as medidas para isso. Mesmo antes do término do período de pique de contágios divulgado pela área de saúde, se faz necessário começarmos a pensar sobre a economia, para que não venhamos ter enceramentos de atividades de empresas, e a primeira providência, será a liberação de todas as atividades empresariais dos seguimentos do comércio, indústria e serviços.

 

Qual o prejuízo estimado para as pequenas empresas? Elas conseguirão se recuperar? Quando e como?

O prejuízo já está ocorrendo. Empresas maiores, tendem a suportar por um período maior, em razão de seu fluxo de caixa, porém, as micro e pequenas não conseguem suportar mais de 45/60 dias, e já perderam o mês de março. Os empreendedores individuais e os autônomos, com raríssimas exceções, não suportam mais que 15 dias, e esse tempo já se foi, daí a preocupação com a crise que teremos após a pandemia.

 

Em Águas Claras o comércio de serviços e produtos é o principal motor da economia. Essa área será mais afetada?

Na região, temos industriais na ADE de Águas Claras e algumas no Polo de Moda do Guará, mais a maior predominância, é de comércios e de prestadores de serviços, com atendimento ao público, onde podemos afirmar que teve maior afetação pelas medidas, mas todas já estão passando dificuldades com a situação, umas menos, outras mais, e outras, já sem oxigênio para sobreviver.

 

A dívida das empresas tende a crescer neste momento. O governo tem oferecido alternativas? Os bancos têm cooperado?

As dívidas das empresas já vinham sendo postergadas desde o final de 2019, onde aguardavam um suspiro a partir de março e abril de 2020.  Com a pandemia e a interrupção das atividades, essa expectativa não mais existe, passando agora para tentativas de sobrevivência. O Governo do Distrito Federal, tem tentado, por meio do BRB, buscar soluções imediatas para socorrer as empresas com linhas de crédito, e nesse sentido, a diretoria do BRB esteve com os presidentes das Federações da Agricultura e Pecuária – FAPE/DF, da Federação Interestadual de Transpostes, Cargas e Logística- FENATAC e da nossa, Federação das Associações Comerciais do DF e Entorno  – FEDERA BRASÍLIA DF (FaciDF), com suas filiadas 27 Associações Comerciais nas Regiões Administrativas e outras Entidades vinculadas as 2 Federações acima citadas, e ainda, outras Entidades, todas fazendo tratativas internas e com o Poder Público, na busca de soluções.

 

E os empregados? Correm risco de perder o emprego?

Os empregos acompanham a economia. Já estão ocorrendo demissões, agora temos que voltar à normalidade das atividades e buscar, com urgência, meios para aquecermos a economia como linhas de créditos diferenciadas com carências até o final de 2020. Assim,conseguiriam sobrevida  e interromperiam  as demissões .

 

Quando a situação voltar à normalidade, ainda vamos sentir os efeitos deste período?

Acreditamos que tendo a volta de todas as atividades reiniciadas a partir de 06 de abril de 2020, com as atenções especiais e diferenciadas que estamos citando, onde já se vê a disposição do GDF e do Governo Federal para isso, até o final desde ano, portando mais 9 meses, teremos a situação geral de todos normalizadas.

 

Como a Faci DF tem orientado seus filiados?

O momento é de equilíbrio, de decisões conjuntas e estarmos juntos. Proteger vidas, os vulneráveis e visualizar a economia, são palavras de ordem.  Já estão ocorrendo passeatas pela volta das atividades em outros Estados, e nesses, o temor, é de não voltando, ocorrer uma onda de saques e quebra, quebra. Aqui, diariamente estamos preocupados com a vida das pessoas, incluindo nossos colaboradores, familiares e principalmente, com os idosos e vulneráveis. Confiamos e apoiaremos até o dia 5 de abril (período anunciado como o pico de contágio), as medidas decretadas pelo governador Ibaneis, o qual segue orientação de sua equipe técnica da saúde e outras. Continuaremos atentos a situação da pandemia e da economia, das medidas anunciadas e recomendamos a todos, equilíbrio e bom senso para não se ter, nem 8, nem 80, ficarmos no ponto onde defenderemos a vida, a continuidade do isolamento social aos idosos e vulneráveis e a volta da normalidade com liberação das atividades empresariais, volta as aulas e a vida normal das pessoas que produzem, aquelas sadias abaixo de 60 anos.

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