Sete anos hibernado por conta dos desdobramentos da operação Caixa de Pandora, o ex-vice governador, ex-deputado federal e ex-senador Paulo Octávio prepara sua volta à política. Diferente do que muita gente imagina e propaga, PO continua sendo ficha limpa porque não recebeu qualquer condenação em segunda instância que o impeça de candidatar-se em 2018. E, para rebater as acusações que certamente vão aparecer durante a campanha, ele guarda para mostrar uma gravação do depoimento do delator Durval Barbosa à Justiça, que o isenta de qualquer participação nos episódios que culminaram na saída dele e de Arruda do governo em 2010. Inquirido pelo juiz, Durval nega em todas as respostas que o ex-governador tenha recebido qualquer tipo de proveito financeiro durante o breve Governo Arruda.
O sonho de PO continua sendo governar o Distrito Federal. Embora negue, ele continua alimentando e avaliando se esse sonho pode ser tentado já em 2018. O que o faz animar-se é o equilíbrio do jogo até agora, sem favorito entre os pré-candidatos postos – Izalci, Alírio, Frejat, Rollemberg… Um fator que pode ajudar Paulo Octávio é o financiamento da campanha, após o fim das doações empresariais. Dono de uma das maiores fortunas do Distrito Federal, o empresário da construção civil pode destinar à sua própria campanha 10% do que tenha declarado no ano anterior no seu Imposto de Renda, de acordo com a nova lei eleitoral em vigor, exigência que não deve ser alterada na reforma eleitoral que está sendo discutida no Congresso. Para mexer com a imaginação do meio político, a fortuna de PO está avaliada em cerca de R$ 4 bilhões, somados quatro hotéis, seis shoppings e inúmeros imóveis. Resta saber é quanto da participação desse patrimônio está declarado no seu imposto de renda, para se chegar aos 10% que podem ser gastos na campanha.
Legado eleitoral
Na pindaíba imposta pela crise econômica do país e as restrições às doações, a campanha do próximo ano será de contar moeda em cofrinho quebrado. Se PO resolver meter a mão no bolso, vai atrair uma grande quantidade de potenciais candidatos aos outros cargos, que podem dar-lhe um suporte considerável à candidatura ao governo.
O certo, porém, é que se não conseguir viabilizar o sonho de disputar o governo, Paulo Octávio vai candidatar-se a um cargo político novamente, neste caso, de deputado federal. Falta escolher o partido e o prazo é outubro agora. O último partido foi o Partido Progressista (PP), presidido pelo deputado federal Rôney Nemer e controlado pelo ex-vice-governador Tadeu Filippelli, outro que pode ser candidato a deputado federal depois que suas chances de concorrer ao governo foram minadas com a prisão e as denúncias por desvio de recursos na construção do Estádio Mané Garrincha. Neste caso, PO deve buscar outra legenda que não tenha um concorrente tão forte, mas, antes, prefere aguardar a conclusão da reforma eleitoral. Certamente, partido para oferecer-lhe a legenda não vai faltar, por causa do legado eleitoral que ainda possui, em parte nos cerca de 6 mil funcionários diretos e indiretos das empresas do conglomerado PaulOOctávio e, claro, pela possibilidade de ajuda financeira na campanha.
Quem duvida?