Com o mote “O Parque é Nosso”, moradores de Águas Claras estão empenhados em colher assinaturas para serem entregues ao governador Rodrigo Rollemberg, solicitando que o Parque Ecológico de Águas Claras não seja mais administrado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Conforme o idealizador da campanha, jornalista João Carlos Bertolucci, depois que as unidades de conservação ambientais de cada região administrativa passaram a ser administradas pelo Instituto, “a precariedade na manutenção destes espaços de convivência é assustadora”.
O jornalista relata que nos últimos anos um dos parques mais frequentados do DF está com cara de abandono e, em razão disso, mesmo com a sede do Batalhão da Polícia Ambiental instalada dentro da unidade, pequenos delitos acontecem com certa frequência no local, criando um sentimento de medo em seus frequentadores. O que causou, segundo ele, uma diminuição de visitantes no local.

O parque
O parque é uma manta verde de 80 hectares, o que representa 10% da área total da Região Administrativa de Águas Claras, o que a torna o maior parque ecológico do Distrito Federal. Além de ser um dos principais pontos de convivência dos moradores da cidade.
A advogada e moradora de Águas Claras, Emanuela Marques, ressalta a importância do parque para a população da cidade e se sente entristecida com o aspecto da área. “O parque é a extensão da minha casa. Praticamente o quintal, já que moro em apartamento. Aqui faço as minhas caminhadas semanalmente e venho observando o quanto o parque está sujo e com os seus equipamentos deteriorados. Um local tão lindo e com pouca atenção do Ibram”, afirma a advogada.
O Parque de Águas Claras é dotado de dezenas de equipamentos para a prática de diversos esportes. O mais antigo é o futevôlei, que começou a ser praticado no início de 2000, logo depois de sua criação. Vôlei, futebol society, areia e salão são os esportes que mais tem tido adeptos nos últimos anos.
No entanto, conforme o engenheiro civil Odilon Alencar, frequentador assíduo e praticante de futevôlei, nos últimos anos a precariedade das quadras é lamentável. Uma das suas maiores queixas é o modo autoritário que o Ibram usou para desligar a água das quadras esportivas. “Tínhamos quatro duchas instaladas aqui. Inclusive, fomos nós que arrecadamos dinheiro para colocá-las e, também, as torneiras. Com a crise hídrica no DF, o Ibram retirou tudo. Quando faz calor, não temos como praticar o esporte, pois a areia fica super quente. Do mesmo modo que fazem o rodízio de abastecimento de água nas cidades satélites, deviriam fazer aqui. Foi uma atitude lamentável do Ibram”, desabafa Odilon.

Independência

“A Campanha visa demonstrar ao governo que o Parque de Águas Claras está abandonado em função da gestão do Ibram ser ineficiente. Os frequentadores do Parque reclamam constantemente do aspecto de abandono do parque e a falta de políticas estruturais e de manutenção da unidade ambiental”, afirma Bertolucci.

Para Bertolucci, uma administração independente, desvinculada do Ibram, dará mais celeridade para tomar decisões que possam melhorar a qualidade de vida dos frequentadores do parque. Além disso, salienta o jornalista, existe a possibilidade de realizar várias obras estruturais em pequeno, médio e longo prazo. Ele indica a melhoria nas estruturas dos quiosques. “Os quiosques são horríveis. Já fizeram vários projetos para melhorar a condição de trabalho dos proprietários, mas nada vai para frente. Eles vivem dentro de uma chapa escaldante na época do verão. Trabalham mal instalados e, por consequência, servem de forma precária os frequentadores do parque”, afirma.
A otimização do parque é tratada como prioridade para Bertolucci. Na opinião dele, a parte oeste deve trazer benefícios para os moradores das quadras acima da avenida Parque Águas Claras com a Avenida Flamboyant. “Veja bem, existem milhares de pessoas que vivem na parte de cima de Águas Claras. Quadra 107, ruas 34, 35, 36 e 37 norte, entre outras, mas até hoje o Ibram não foi capaz de atender a solicitação da comunidade, que é instalar uma simples entrada naquela região. Portanto, nota-se um descaso desse Instituto com o parque e, principalmente, com os moradores da cidade”, pontua.
“A Campanha o Parque é Nosso, é a única forma do governo entender que a administração desta unidade de conservação deve ser autônoma. Ligada diretamente à RAXX e não ficar nas mãos de ambientalistas burocratas”, alfineta o jornalista.
A Campanha que foi lançada na segunda-feira (30 de janeiro) conta com 20 pontos de coletas de assinaturas e terá no dia 30 de fevereiro ações de conscientização aos moradores de Águas Claras, na entrada principal do parque ecológico da cidade, à partir das 9h.

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