Ele não tem nem dois aninhos de idade e já luta pela vida como muitos adultos nem imaginam vivenciar. Pablo Costa Martins é um garoto carismático, ativo, de sorriso puro e olhinhos resplandecentes, que mesmo sem plena ciência da batalha diária que vive entre exames periódicos, transfusões de sangue e restrições das atividades normais para as crianças da sua idade, é um exemplo de como levar a vida de maneira leve e esperançosa.
Filho de Thiago e Adriana Costa Martins, moradores de Águas Claras há mais de quatro anos, o drama vivido pelo garoto Pablo ganhou destaque nos últimos meses pelas redes sociais. O motivo é que Pablo precisa de um doador de medula óssea, e a campanha criada pela família – #todospelopablo – tem sido muito divulgada. O intuito é mobilizar o maior número de voluntários para doar junto ao Hemocentro uma pequena amostra de sangue e encontrar um doar compatível com a do menino. “Nossa maior dificuldade é encontrar esse doador, msd, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), a cada 100 mil pessoas, apenas uma será compatível com o Pablo”, relata Adriana.
Pablo nasceu em 25 de novembro de 2015. De personalidade tranquila foi apelidado de “bebê anjo”. A família conta que até um ano e dois meses de idade ele nunca havia ficado gravemente doente e que às vezes apresentava pequenos hematomas nas pernas, que sumiam sozinhas. No começo deste ano, as manchas expandiram significantemente pelas pernas e a mãe foi orientada a levar o filho a um hematologista (especialidade médica que trata as doenças do sangue e de órgãos hematopoéticos).
A doença
Em maio, Pablo fez seu primeiro exame de sangue e no mesmo dia o laboratório solicitou que os pais se encaminhassem com o filho para um hospital. A princípio ele ficou internado por três dias, quando recebeu transfusão de plaquetas e realizou uma série de outros exames. Mas nenhum diagnóstico foi dado. A família então foi envolvida em uma dura e incansável rotina na busca por respostas. Diagnósticos desencontrados, suspeita de leucemia e outras doenças, mais transfusões de plaquetas; e por fim a descoberta – Aplasia da Medula Óssea Constitucional – uma doença rara e extremamente séria que resulta da falência da medula óssea (órgão responsável pela produção do sangue). A cada um milhão de pessoas, apenas uma tem a Aplasia da Medula Óssea.
O tratamento é assistido pela equipe do Hospital da Criança de Brasília (HCB), onde estão em tratamento outras três crianças com o mesmo diagnóstico de Pablo, porém ele é o único do DF no HCB, as outras vieram de outros estados.
Nem mesmo os pais são 100% compatíveis, uma das maiores probabilidades de compatibilidade é entre irmãos, filhos do mesmo pai e mesma mãe. Quando Adriana e Thiago souberam da doença de Pablo estavam grávidos de quatro meses do segundo filho do casal, Theo, que nasceu estasemana. Mãe e filho passam bem. No dia 11 de novembro, a família deverá se mudar provisoriamente para Curitiba, cidade referência no transplante de medula óssea, para onde Pablo foi encaminhado pela equipe médica que o acompanha aqui no DF. A família deverá ficar na cidade de três a quatro meses.
Até o momento, Pablo ainda não encontrou o seu doador compatível, mas agora que o irmão nasceu exames serão feitos para saber se ele poderá ser o doador. Se o resultado for positivo, Pablo receberá o transplante através das células tronco do cordão umbilical do Theo. Caso o irmão não seja compatível, o pequeno e incansável guerreiro Pablo será submetido a um transplante haploidêntico, procedimento que está em em fase experimental no Brasil, mas que tem tido ótimos resultados, neste caso os pais serão doadores.
O transplante haploidêntico ocorre quando a compatibilidade entre o doador e o paciente é de apenas 50%. Trata-se de um transplante “familiar” e só tem chances de dar certo se o doador for entre mãe, irmão e pai. Mesmo assim a família está otimista em relação à mudança para Curitiba e nos benefícios para a saúde do Pablo.
A situação está se encaminhando para um final feliz, mas Adriana Martins alerta para a importância da população se cadastrar como doador de medula óssea, e quem já é cadastrado manter seus dados atualizados, às vezes por um telefone desatualizado não é possível contatar o doador em potencial. “A campanha que fizemos para meu filho ajudou a mobilizar pessoas que mesmo que não tenham sido compatíveis para ele, poderão ajudar a salvar outras vidas”, alerta a mãe.
Doe
Para ser um doador de medula óssea basta ligar para o 160 e escolha a opção 2 para agendar um horário no Hemocentro. Em Brasília, a unidade funciona no Setor Médico Hospitalar Norte 3, Conjunto A, Bloco 3 – Asa Norte. Na data agendada, compareça ao local para colher uma pequena quantidade de sangue. A partir desse momento, você estará cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea.

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