O D’Lurdes Café de Águas Claras e a Anero Café realizaram um workshop para os amantes do bom e velho cafezinho – segunda bebida mais consumida no Brasil – perde apenas para a água. Segundo uma pesquisa realizada pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), estima-se que o brasileiro beba 80 litros de café por ano. O objetivo do workshop era trazer para pessoas comuns uma introdução ao universo dos cafés especiais e ensinar o passo a passo minucioso que é a preparação da bebida.

Sorteada
Priscilla Sâmela de Oliveira foi uma das sorteadas na página do D’Lurdes Café no Instagram e pôde levar uma amiga para participarem da oficina de introdução aos cafés especiais. Priscilla veio de Samambaia e estava satisfeita com tudo que estava aprendendo. “Eu bebo café todos os dias, meu marido também toma muito café, mas não sabia que a qualidade dos cafés tradicionais era tão ruim. Passei a me interessar muito mais pelos cafés especiais agora, e acho viável prepara-lo em casa”,

A aula
Rodrigo Augusto explicou que existem hoje no mercado basicamente quatro classificações de café – tradicional, superior, gourmet e o especial. O café tradicional é o produto comum que encontramos nos supermercados, seu preço é acessível, porém a qualidade é muito ruim. Galhos, folhas, insetos e palha são torrados e moídos juntos com os grãos que não tem nenhuma seleção. O superior tem um pouco mais de qualidade e valor agregado que o tradicional e deve vir embalado a vácuo ou com válvula aromática. O café gourmet possui um sabor mais acentuado e levemente adocicado (naturalmente) e geralmente é produzido com grãos 100% arábica, o preço também sobe de acordo com a qualidade.
Por fim, o melhor e mais puro, o café especial. Enquanto alguns tipos de café são produzidos em grande escala, podendo ser torrado e moído até uma tonelada de uma só vez, com os cafés especiais o processo é diferente. No máximo três quilos por vez são levados para a torra e antes disso, são expostos a uma criteriosa seleção que começa desde a região em que a semente é plantada. A torrefação é artesanal e o produto final precisa atingir uma pontuação acima de 80 pontos, de acordo com uma metodologia de avaliação sensorial da SCA (Specialty Coffee Association) que é a mesma utilizada no mundo todo. Os cafés tradicionais do supermercado normalmente têm uma nota entre 50 e 60 pontos. Aroma, doçura, acidez, harmonia e sabor são alguns dos itens analisados por profissionais durante a avaliação. A pontuação máxima vai até 100 pontos, mas ainda não existe no mercado brasileiro um produto com essa nota ainda.

Rodrigo Augusto destaca algumas dicas importantes. Ele recomenda que as pessoas nunca comprem um café extra forte ou super intenso. Os grãos são torrados por mais tempo para dar uma tonalidade mais escura e acaba tendo um sabor amargo.Segundo Rodrigo, “o café de verdade não deve ser amargo, ele deve inclusive ter uma doçura natural.” Os cafés extra fortes têm mais impurezas (galhos) e uma moagem muito fina para esconder as imperfeições. Um bom café deve ter grãos da espessura de um grão de areia, nunca ser tão fino como talco.

Energia positiva
Outra dica do mestre de torra é que, se possível, separe um tempo para tomar seu café especial, e durante esses minutos aproveite para focar em energias positivas, esqueça os problemas, e busque em suas lembranças uma memória afetiva e curta o momento. Queijo, tapioca, pão de queijo e até o pão francês são bons acompanhamentos para esse tipo de bebida.
“É interessante ver como o mercado cafeeiro tem crescido e atraído um público variado, mas principalmente tenho observado adolescentes de 13, 14 anos que já entendem do assunto, sabem preparar um bom café especial, essa é a maior mudança que tenho observado. E também o aumento da quantidade de pessoas que apreciam a bebida não só nas cafeteiras, mas optam por conhecer mais desse universo, como é o caso de quyem foi ao evento, investem em produtos e preparam a bebida para ser apreciada em casa”, afirma Rodrigo Augusto.
Francisco Rubens Albuquerque, aposentado, esteve presente no workshop e disse estar atento a tudo que é relacionado aos cafés especiais. “Já fazem uns oito meses que descobri e me interessei pelos cafés especiais.Comprei balança, moedor, estou sempre experimentando grãos diferentes, é uma delícia. Quando estou com pressa pela manhã, tomo um café mais normal, mas quando chega a tarde ou a noitinha adoro preparar uma boa xícara de café especial e curtir aquele momento sem pressa.”
Após as explicações teóricas todos os participantes tiveram oportunidade de preparar cafés com características diferentes (notas de chocolate e textura amanteigada, frutado e até com nuances de chocolate e cocada, lembrando que essas sensações e sabores são naturalmente agregados aos grãos dependendo do solo, clima e altitude onde é plantado). Além da variedade de grãos, métodos de infusão foram testados pelos presentes. Prensa francesa, Aeropress e Coador Hário V60 foram alguns dos aparelhos utilizados.

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